Krusche, A.V., M.V.R. Ballester, R.L. Victoria, M.C. Bernardes, N.K. Leite, L. Hanada, R. Marcondes, D.dC. Victoria, A.M. Toledo, J.P. Ometto, M.Z. Moreira, B.M. Gomes, M.A. Bolson, S.G. Neto, N. Bonelli, L. Deegan, C. Neill, S. Thomas, A.K. Aufdenkampe, and J.E. Richey. 2005. Acta Amazônica 35(2):197–205.
doi:10.1590/S0044-5967200500020000900
Abstract
Este trabalho discute os efeitos das mudanças do uso do solo na biogequímica dos rios da bacia de drenagem do rio Ji-Paraná (Rondônia). Nesta região, a distribuição espacial do desmatamento e das propriedades do solo resultam em sinais diferentes, possibilitando a divisão dos sistemas fluviais em três grupos: rios com águas pobres em íons e baixo impacto; rios com conteúdo iônico intermediário e impacto médio e rios com elevados conteúdo iônico e impacto antropogênico. As características biogeoquímicas dos rios têm relação significativa com a área de pasto, melhor parâmetro para prever a condutividade elétrica (r2 = 0,87) e as concentrações de sódio (r2 = 0,75), cloreto (r2 = 0,69), potássio (r2 = 0,63), fosfato (r2 = 0.78), nitrogênio inorgânico (r2 = 0.52), carbono inorgânico (r2 = 0.81) e carbono orgânico (rain 2 = 0.51) dissolvidos. Cálcio e magnésio tiveram sua variância explicada pelas características do solo e pastagem. Nossos resultados indicam que as mudanças observadas na micro-escala constituem “sinais biogeoquímicos” gerados pelo processamento do material nas margens dos rios. A medida em que os rios evoluem para ordens superiores, os sinais persistentes nos canais fluviais estão mais associdados às características da bacia de drenagem (solos e uso da terra). Apesar dos efeitos das mudanças observadas no uso do solo não serem ainda detectáveis na macro-escala (bacia amazônica), a disrupção da estrutura e funcionamento dos ecossistemas é detectável nas micro e meso escalas, com alterações significativas na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas fluviais.